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O PIUM filmes é um movimento em prol do cinema. Somos núcleo do Cinema Possível no Amapá. “Para nós, cinema é uma coisa prática e feita de forma possível dentro das circunstâncias em que o cineasta está envolvido e, portanto, fazedor do espetáculo. Ele cria o seu próprio olhar, a partir de sua tela de convivência dentro da comunidade e/ou ciclo em que vive.Usamos o termo ‘CINEMA POSSÍVEL’ como extensão de nosso pensar no que tange à necessidade de comunicação abrangente, utilizando formas diferenciadas, inovadoras e criativas de contar uma história.” Jiddu Saldanha (Guru do PIUM FILMES)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Cinema - sombras elétricas 3: O Palhaço


Na sexta-feira, antevéspera do Natal (23.12.2011), estreou em Macapá “ O Palhaço”, longa-metragem de Selton Melo, e nós fomos assistir. É um bom filme, sem grandes pretensões. Gostamos da melancolia que atravessa o filme e que só se desmancha, em parte, no final. Constatamos mais uma vez que a sobrevivência, não só dessa arte, mas também de outras, está em mãos jovens, nas futuras gerações que deverão saber prestigiá-la e, principalmente, zelar pelo seu bem fazer. Outra lição advém do filme: é preciso desejá-la ardentemente.

Em Macapá, existe um movimento em prol das artes circenses que vem crescendo nos últimos anos, notabilizando a figura do palhaço. 


No início deste mês (10.12.2011), no dia internacional do palhaço, apoiamos e participamos da II Palhaceata, cujo o grito de ordem foi um NÃO ao uso impróprio dessa personagem, à apropriação indevida da bolinha vermelha. Essa tradicional arte merece o respeito do tamanho de sua magnitude. Nas entrevistas, inúmeras vezes ouvimos o diretor/ator Selton Melo dizer que jamais seria um palhaço fora do cinema, sem o resguardo da montagem, por exemplo, porque é uma arte muito difícil, e, da mesma forma, seu parceiro de cena, o veterano e aclamado ator Paulo José, descrever a importância da preparação que tiveram para o nascimento e criação de seus respectivos palhaços.

Foi Marton Maués, “dramaturgo do riso e ritualizador da alegria” dos Palhaços Trovadores (PA), que ao fazer uso da escrita de Maria Alice Viveiros de Castro para fundamentar o seu texto Uma bolinha vermelha*, nos endereçou a seguinte verdade:

...Rimos porque é bom e isso basta. O prazer tem sentido em si mesmo, não precisa de explicação. E aí talvez esteja um dos pontos mais importantes da figura do palhaço: sua gratuidade. Sua função é fazer rir e dar prazer. Ele não descobre as leis que regem o universo, mas nos faz viver com mais felicidade. E esta é sua incomparável função na sociedade. Enquanto milhões se dedicam às nobres tarefas de matar, se apossar de territórios vizinhos e acumular riquezas, o palhaço empenha-se em provocar o riso de seus semelhantes. Ele não se dedica às grandes questões do espírito nem às “altas prosopopéias” filosóficas; gasta seu tempo e o nosso com... bobagens (CASTRO, Alice Viveiros. O Elogio da Bobagem – Palhaços no Brasil e no Mundo. Rio de Janeiro: Família Bastos Editora, 2005)

* Revista Ensaio Geral - Vol.2/nº 1/jul-dez/2009 - p. 134

5 comentários:

  1. ai, amigos, que bacana... gostei da referência e da deferência. vi o filme parcialmente,a companhado da amiga Maria Sylvia. digo parcialmente porque, vejam vcs, no meio da projeção, deu pane no equipamento. fiasco total! e isso era em um grande cinema de um grande shopping da cidade. ufa. não pudemos voltar para ver td o filme ainda. eu estava gostando, apesar de achar gasta esta imagem do palhaço triste.
    e viva os palhaços, e viva são filomeno, nosso protetor! bjs
    marton maués

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  2. Oie, mais uma vez vcs me encantam com suas palavras tão sinceras num texto tão gostoso de ler. Ainda não vi o filme, mas com certeza, verei. Um beijo grande p vcs gente linda!!!

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  3. Amigos, obrigado pelo comentário!Compartilhar o amor pelas artes é o nosso propósito maior.

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  4. Como disse à Adriana, fui ver o filme. Infelizmente a sala do local me fez ter um ataque alérgico e as falas de Paulo José e Selton Melo quase não podiam ser escutadas por conta da acústica péssima. Entretanto, o filme me maravilhou pela fotografia.

    O filme realmente, apesar de mostrar circo e palhaço, transmite melancolia: a busca pela identidade, pelo ventilador me remeteram ao sonhar por um pouco que que significa muito.

    Pretendo assistir novamente ao filme para entender as falas que não pude ouvir para melhor expor minhas impressões e, quem sabe, entender o significado do tão sonhado ventilador que pôs nó na minha cabeça, assim como os outros filmes do Tarantino brasileiro...

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  5. Lolo, talvez o ventilador seja um amuleto, ou um toten da segurança ou ele precise mesmo de um conforto doméstico:alguém que necessita se refrescar naqueles caminhos do Nordeste.

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