Não, o grupo não está se desmanchando ou a parceria acabou.
Estamos no FIM (Festival Imagem-Movimento)!
É o oitavo ano deste festival amapaense e desde 2010, o Pium Filmes participa ativamente do FIM.
É o oitavo ano deste festival amapaense e desde 2010, o Pium Filmes participa ativamente do FIM.
Estamos na o(fim)cina de atuação para cinema ministrada pelo ator e cineasta paraibano Aluizio Guimarães que, dentre outras abordagens, dá ênfase à vertente Stanislavskiana de direção de ator.
No primeiro dia de oficina ( 28.11.2011), Aluizio disse a que veio e pontuou os lugares de onde fala: Pudovkin, Shakespeare, Lawrence Olivier, Paulo Autran. Aliás, assistimos ao filme Crime Delicado do diretor Beto Brant, que segundo Aluizio, é um dos melhores exemplos do que é o novo Cinema Novo.
Ontem (29.11.2011), fizemos exercícios de máscaras faciais e timbre de voz. Os olhos eram a subjetiva do big close que foi feito em cada um de nós, enquanto Aluizio nos dirigia e retirava, particularmente, os excessos de quem faz teatro.
Escolhi como texto para apresentação ou moldura de minha máscara um poema de Mário de Sá-Carneiro que declamo no recital Embriagai-vos do Tatamirô Grupo de Poesia.
Escolhi como texto para apresentação ou moldura de minha máscara um poema de Mário de Sá-Carneiro que declamo no recital Embriagai-vos do Tatamirô Grupo de Poesia.
Que droga foi a que me inoculei?
Ópio d'inferno em vez de paraíso?...
Que sortilégio a mim próprio lancei?
Como é que em dor genial eu me eterizo?
Nem ópio nem morfina. O que me ardeu,
Foi alcool mais raro e penetrante:
É só de mim que eu ando delirante -
Manhã tão forte que me anoiteceu.
Ópio d'inferno em vez de paraíso?...
Que sortilégio a mim próprio lancei?
Como é que em dor genial eu me eterizo?
Nem ópio nem morfina. O que me ardeu,
Foi alcool mais raro e penetrante:
É só de mim que eu ando delirante -
Manhã tão forte que me anoiteceu.
Hoje, continuamos o exercício desta vez com a câmera operada pelo Regi Cavalleiro ( Diretor do filme Me dá um abraço).
Antes do exercício, Aluizio pontuo princípios que não deveremos esquecer a partir da leitura de um trecho de A arte do ator de Jean-Jacques Roubine publicado pela Zahar:
Antes do exercício, Aluizio pontuo princípios que não deveremos esquecer a partir da leitura de um trecho de A arte do ator de Jean-Jacques Roubine publicado pela Zahar:
O corpo-imagem. No cinema, o corpo estabelece uma forma completamente diferente de relação com o espectador. Sendo uma imagem, ele está fisicamente “ausente”, por mais forte que possa ser a sua presença na tela. Engano, ilusão... Pois este corpo, se é ausente, irreal, é ao mesmo tempo valorizado, exaltado, pelos efeitos de filmagem e edição. Paradoxo da “presença-ausência”, aqui levado à sua máxima tensão.
Esse corpo-imagem é explodido e fetichizado. Vale dizer que ele se presta, complacentemente, a todas as fantasias, a todos os fantasmas. Oferece-se ao olhar de mil formas diferentes, mutantes, na medida em que, como dissemos, o olhar do espectador é dirigido pelo “olho” da câmera.
A proximidade proporcionada pelos efeitos de filmagem transforma, em comparação o teatro, a própria natureza deste corpo. A menor transpiração, alguma rugas... tudo pode virar signo e meio de expressão. Pode-se, aliás, dizer o mesmo dos menores detalhes da roupa que, exibidos pela câmera, se tornam prolongamentos sugestivos do corpo, e logo instrumentos de trabalho do ator.
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