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O PIUM filmes é um movimento em prol do cinema. Somos núcleo do Cinema Possível no Amapá. “Para nós, cinema é uma coisa prática e feita de forma possível dentro das circunstâncias em que o cineasta está envolvido e, portanto, fazedor do espetáculo. Ele cria o seu próprio olhar, a partir de sua tela de convivência dentro da comunidade e/ou ciclo em que vive.Usamos o termo ‘CINEMA POSSÍVEL’ como extensão de nosso pensar no que tange à necessidade de comunicação abrangente, utilizando formas diferenciadas, inovadoras e criativas de contar uma história.” Jiddu Saldanha (Guru do PIUM FILMES)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

PIUM no FIM!


Não, o grupo não está se desmanchando ou a parceria acabou.

Estamos no FIM (Festival Imagem-Movimento)!




É o oitavo ano deste festival amapaense e desde 2010, o Pium Filmes participa ativamente do FIM.

Estamos na o(fim)cina de atuação para cinema ministrada pelo ator e cineasta paraibano Aluizio Guimarães que, dentre outras abordagens, dá ênfase à vertente Stanislavskiana de direção de ator.




No primeiro dia de oficina ( 28.11.2011), Aluizio disse a que veio e pontuou os lugares de onde fala: Pudovkin, Shakespeare, Lawrence Olivier, Paulo Autran. Aliás, assistimos ao filme Crime Delicado do diretor Beto Brant, que segundo Aluizio, é um dos melhores exemplos do que é o novo Cinema Novo.




Ontem (29.11.2011), fizemos exercícios de máscaras faciais e timbre de voz. Os olhos eram a subjetiva do big close que foi feito em cada um de nós, enquanto Aluizio nos dirigia e retirava, particularmente, os excessos de quem faz teatro. 




Escolhi como texto para apresentação ou moldura de minha máscara um poema de Mário de Sá-Carneiro que declamo no recital Embriagai-vos do Tatamirô Grupo de Poesia.

Que droga foi a que me inoculei? 
Ópio d'inferno em vez de paraíso?... 
Que sortilégio a mim próprio lancei? 
Como é que em dor genial eu me eterizo? 

Nem ópio nem morfina. O que me ardeu, 
Foi alcool mais raro e penetrante: 
É só de mim que eu ando delirante - 
Manhã tão forte que me anoiteceu.

Hoje, continuamos o exercício desta vez com a câmera operada pelo Regi Cavalleiro  ( Diretor do filme Me dá um abraço). 








Antes do exercício, Aluizio pontuo princípios que não deveremos esquecer a partir da leitura de um trecho de A arte do ator de Jean-Jacques Roubine publicado pela Zahar:
O corpo-imagem. No cinema, o corpo estabelece uma forma completamente diferente de relação com o espectador. Sendo uma imagem, ele está fisicamente “ausente”, por mais forte que possa ser a sua presença na tela. Engano, ilusão... Pois este corpo, se é ausente, irreal, é ao mesmo tempo valorizado, exaltado, pelos efeitos de filmagem e edição. Paradoxo da “presença-ausência”, aqui levado à sua máxima tensão.
Esse corpo-imagem é explodido e fetichizado. Vale dizer que ele se presta, complacentemente, a todas as fantasias, a todos os fantasmas. Oferece-se ao olhar de mil formas diferentes, mutantes, na medida em que, como dissemos, o olhar do espectador é dirigido pelo “olho” da câmera.
A proximidade proporcionada pelos efeitos de filmagem transforma, em comparação o teatro, a própria natureza deste corpo. A menor transpiração, alguma rugas... tudo pode virar signo e meio de expressão. Pode-se, aliás, dizer o mesmo dos menores detalhes da roupa que, exibidos pela câmera, se tornam prolongamentos sugestivos do corpo, e logo instrumentos de trabalho do ator.
Enfim, o corpo cinematográfico, insere-se num modo de relação com o espaço. No cinema, o espaço é autônomo. Não se pede ao ator para sugeri-lo por diversos artifícios, nem ao espectador que o imagina a partir de alguns sinais sugestivos. Esta autonomia amplifica e altera as capacidades expressivas do corpo: a grande cena erótica de A um passo da eternidade mostra os corpos de dois amantes rolando, abraçados, na areia molhada da praia, envoltos pela espuma das ondas que rebentam... Está claro que o erotismo da cena emana de uma fusão da sensualidade dos corpos despidos e de um símbolo fortemente conotativo proveniente da natureza ambiente: fluxo e refluxo de água, efeitos de submersão, espuma fervilhante... O teatro deveria proceder de maneira bem diferente. Não podendo mostrar tudo isso, ele sugeriria. Quer dizer, os atores teriam a tarefa de exprimir a sensualidade dos seus personagens, e, simultaneamente, por seus movimentos, criar este espaço erotizado.



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