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O PIUM filmes é um movimento em prol do cinema. Somos núcleo do Cinema Possível no Amapá. “Para nós, cinema é uma coisa prática e feita de forma possível dentro das circunstâncias em que o cineasta está envolvido e, portanto, fazedor do espetáculo. Ele cria o seu próprio olhar, a partir de sua tela de convivência dentro da comunidade e/ou ciclo em que vive.Usamos o termo ‘CINEMA POSSÍVEL’ como extensão de nosso pensar no que tange à necessidade de comunicação abrangente, utilizando formas diferenciadas, inovadoras e criativas de contar uma história.” Jiddu Saldanha (Guru do PIUM FILMES)

sábado, 31 de dezembro de 2011

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Cinema - sombras elétricas 3: O Palhaço


Na sexta-feira, antevéspera do Natal (23.12.2011), estreou em Macapá “ O Palhaço”, longa-metragem de Selton Melo, e nós fomos assistir. É um bom filme, sem grandes pretensões. Gostamos da melancolia que atravessa o filme e que só se desmancha, em parte, no final. Constatamos mais uma vez que a sobrevivência, não só dessa arte, mas também de outras, está em mãos jovens, nas futuras gerações que deverão saber prestigiá-la e, principalmente, zelar pelo seu bem fazer. Outra lição advém do filme: é preciso desejá-la ardentemente.

Em Macapá, existe um movimento em prol das artes circenses que vem crescendo nos últimos anos, notabilizando a figura do palhaço. 


No início deste mês (10.12.2011), no dia internacional do palhaço, apoiamos e participamos da II Palhaceata, cujo o grito de ordem foi um NÃO ao uso impróprio dessa personagem, à apropriação indevida da bolinha vermelha. Essa tradicional arte merece o respeito do tamanho de sua magnitude. Nas entrevistas, inúmeras vezes ouvimos o diretor/ator Selton Melo dizer que jamais seria um palhaço fora do cinema, sem o resguardo da montagem, por exemplo, porque é uma arte muito difícil, e, da mesma forma, seu parceiro de cena, o veterano e aclamado ator Paulo José, descrever a importância da preparação que tiveram para o nascimento e criação de seus respectivos palhaços.

Foi Marton Maués, “dramaturgo do riso e ritualizador da alegria” dos Palhaços Trovadores (PA), que ao fazer uso da escrita de Maria Alice Viveiros de Castro para fundamentar o seu texto Uma bolinha vermelha*, nos endereçou a seguinte verdade:

...Rimos porque é bom e isso basta. O prazer tem sentido em si mesmo, não precisa de explicação. E aí talvez esteja um dos pontos mais importantes da figura do palhaço: sua gratuidade. Sua função é fazer rir e dar prazer. Ele não descobre as leis que regem o universo, mas nos faz viver com mais felicidade. E esta é sua incomparável função na sociedade. Enquanto milhões se dedicam às nobres tarefas de matar, se apossar de territórios vizinhos e acumular riquezas, o palhaço empenha-se em provocar o riso de seus semelhantes. Ele não se dedica às grandes questões do espírito nem às “altas prosopopéias” filosóficas; gasta seu tempo e o nosso com... bobagens (CASTRO, Alice Viveiros. O Elogio da Bobagem – Palhaços no Brasil e no Mundo. Rio de Janeiro: Família Bastos Editora, 2005)

* Revista Ensaio Geral - Vol.2/nº 1/jul-dez/2009 - p. 134

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Novo Amapá: uma tragédia em águas doces


Identidade

recolhi teu rosto do rio
um azul te espreitava
esfreguei meus olhos
para ver melhor
mas já não vi nada:
só a água
ali parada

                       Herbert Emanuel



            

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

PIUM apoiando Eureca e Supernova


PIUM Filmes no apoio ao mais atual projeto de teatro da cidade: “Novo Amapá”, iniciativa do Grupo Eureca e da CIA Supernova de Teatro. Com a pesquisa feita sobre aquele que é considerado o maior naufrágio em água doce do mundo, os grupos iniciaram os ensaios. A estreia está prevista para Janeiro de 2012, exatamente 31 anos da tragédia. Nosso Paulo Rocha é quem assina a Direção de Arte.


domingo, 18 de dezembro de 2011

PIUM - A ORIGEM

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Cinema: cultura de paz, de direitos, de liberdade e autodeterminação

Por Adriana Abreu

Como integrante do PIUM Filmes e professora de Escola Pública jamais poderia me isentar de proporcionar a mim e aos meus alunos um encontro único com a sétima arte como foi no mês de novembro a passagem por aqui da 6ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul.


A Escola Estadual Tiradentes, onde leciono, é uma das Escolas-piloto do Ensino Médio Inovador implantado pelo MEC. Todos os dias tenho aulas com as mesmas turmas durante um semestre. As turmas convidadas a prestigiarem a Mostra foram duas classes  do primeiro ano: 112 e 114. Sem correr frequência ou atribuir nota, os estudantes foram assistir aos filmes do dia 14 de Novembro de 2011 por genuína vontade.


Escolhemos a sessão das 16h e assistimos ao curta brasileiro ACERCADACANA de Felipe Peres Calheiros que mostra a coragem destemida da Senhora Maria Francisca, única a resistir à expulsão das 15 mil famílias da Zona da Mata de Pernambuco, lutando bravamente contra a expansão do latifúndio canavieiro.

Tão impactante quanto foi ver o longa-metragem A OCUPAÇÃO, filme da Colômbia, co-produção EUA-França. Nele, os diretores Angus Gibson e Miguel Salazar conseguiram expor material inédito da intervenção catastrófica do exército colombiano sob o comando do Coronel Alfonso Plazas Vega contra os guerrilheiros do grupo M-19 que tomaram de assalto o Palácio da Justiça em Bogotá. A reação do governo e dos militares resultou num campo de batalha, onde cerca de 100 pessoas foram mortas, entre elas 11 magistrados da Corte Suprema, e 12 corpos desapareceram. Em junho de 2010, 15 anos depois da tragédia, o Coronel Plazas foi condenado a 30 anos de prisão, ainda não cumpridos.

Foi uma tarde de convivência e aprendizado.Tornamos-nos parceiros de outras incursões como a que fizemos neste mês (02/12/2011) na Galeria de Artes do SESC-AP.


A aluna Andreza Gil Costa e Costa (15 anos) confirma nossa satisfação com seu depoimento sobre a Mostra feito especialmente para o blog do PIUM:

“Tive a oportunidade de assistir a alguns dos longas  e curtas exibidos na 6ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul que realmente soube mostrar através dos filmes importantíssimos valores ao ser humano de todas as idades. Filmes capazes de nos ensinar contando uma história distante, mas de um sofrimento que pode estar perto da gente e ser sentido e ainda demonstrado em lágrimas, ou nos mostrar a história de pessoas que foram expulsas de seus lares, de seu campo e de suas próprias vidas, sobrando – como no caso do curta ACERCADACANA – uma senhora que luta por seu lar, pelo lugar que respira há 40 anos.”


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

domingo, 11 de dezembro de 2011

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

"O ator é uma ferramenta a serviço da narrativa" - uma homenagem à Stela do Patrocínio

Os textos que trouxemos no primeiro dia de o(fim)cina de atuação para cinema foram o fio condutor da narrativa que criamos para a filmagem do penúltimo dia de aulas. Estamos praticamente no FIM.

Os textos são diversificados, mas nossa vivência de laboratório que resultou em filmagem, trouxe-me a recordação dos versos de Stela do Patrocínio - uma interna do mesmo hospital psiquiátrico de Arthur Bispo do Rosário que impressionou artistas e pesquisadores pela força poética de sua fala nos anos 1980.


Não sou eu que gosto de nascer
Eles é que me botam pra nascer todo dia
E sempre que eu morro me ressuscitam
Me encarnam me desencarnam me reencarnam
Me formam em menos de um segundo
Se eu sumir desaparecer eles me procuram onde
eu estiver
Pra estar olhando pro gás pras paredes pro teto
Ou pra cabeça deles e pro corpo deles
                                                                                                                      (Stela do Patrocínio) 


Dias semanas meses o ano inteiro
Minuto segundo toda hora
Dia tarde a noite inteira
Querem me matar
Só querem me matar
Porque dizem que eu tenho vida fácil
Tenho vida difícil
Então porque tenho vida fácil tenho vida difícil
Eles querem saber como é que eu posso ficar 
nascendo
Sem facilidade com dificuldade
Por isso é que eles querem me matar
                                                                                                (Stela do Patrocínio)


Vim de importante família
Família de cientistas, de aviadores
De criança precoce prodígio poderes
Milagres mistério
                                                                                                                 (Stela do Patrocínio)


Nasci louca
Meus pais queriam que eu fosse louca
Os normais tinham inveja de mim
Que era louca
                                                                                                             (Stela do Patrocínio)


Meu nome verdadeiro é caixão enterro
Cemitério defunto cadáver
Esqueleto humano asilo de velhos
Hospital de tudo quanto é doença
Hospício
Mundo dos bichos e dos animais
Os animais dinossauro camelo onça
Tigre leão dinossauro
Macacos girafas tartarugas
Reino dos bichos e dos animais é o meu nome
(...)
                                                                       (Stela do Patrocínio)